O Google acusa o governo chinês de interferir no serviço de e-mail da empresa, o Gmail. O motivo seria a constante tentativa de impedir a chamada revolução "Jasmine", um movimento libertário baseado nos protestos ocorridos em países do Oriente Médio e do norte da África.
De acordo com o Google, usuários do Gmail na china vêm reportando uma série de falhas no funcionamento do sistema no último mês. Problemas para mandar mensagens, classificar e-mail como “não lidos” ou “spams”, entre outros, estariam entre os mais relatados.
“Não há problemas com o serviço do Google. Nós checamos extensivamente. O que está acontecendo é um bloqueio governamental criado cuidadosamente para que pareça uma falha do Gmail”, disse um porta-voz da empresa americana. O governo chinês não se pronunciou sobre o assunto.
O anúncio foi feito em um comentário no blog oficial da empresa. A mensagem original do post, publicada de 11 de março, dizia que o Google havia identificado ataques de caráter político a alguns usuários do Gmail e que ativistas eram os alvos principais.
Ainda segundo o jornal "The Guardian", o aplicativo criado pelo Google para auxiliar na identificação de vítimas com as tragédias naturais ocorridas no Japão também foi afetado.
Ataques
Em janeiro, o Google alegou estar sofrendo uma série de ataques sofisticados provenientes da China. Depois de investigações, concluiu-se que 20 outras empresas, entre blogs, instituições financeiras e de tecnologia, também foram afetadas. Segundo o Google, os ataques tinham como meta afetar pessoas ligadas a movimentos ativistas.
Em fevereiro, dezenas de ativistas políticos foram presos no país depois de cartas anônimas circularem na Internet, convocando os cidadãos a aderirem à chamada revolução “Jasmine”, que organiza passeatas em prol de reformas políticas e combate a censura dos meios de comunicação.
Mais bloqueios
Em 24 de fevereiro, a rede social LinkedIn chegou a ser temporariamente bloqueada na China. Relatos de usuários davam conta da restrição total à rede social. O linkedIn, assim como diversas outras redes sociais de menor porte, foi utilizada para propagar mensagens de ativistas em favor dos movimentos libertários do Oriente Médio e Norte da África.
Facebook e Twitter são outros exemplos de redes que são parcialmente bloqueadas.