O que saber ao comprar uma câmera digital

Dicas

O acúmulo de diferentes funções e nomes técnicos que envolvem a compra de uma câmera digital pode levar usuários sem qualquer conhecimento a acreditar na máxima de que “quanto mais poderosa, melhor”.
Em geral, é comum os usuários considerarem a resolução como a principal característica a ser notada. O melhor aparelho, então, é aquele que consegue tirar uma foto com maior número de pixels, certo?

Errado, por dois motivos: (1) de nada vale uma avalanche de megapixels, se o usuário não vai precisar de fotos maiores do que 10 x 15 centímetros e (2) existem outras funções importantes que o usuário precisa conferir antes de comprar sua máquina.
“Existe uma guerra de megapixels, mas o usuário não sabe porque está comprando. É tudo uma questão de número, mas não faz muito sentido”, esclarece Jairo Rozenblit, gerente de marketing de fotografia da Kodak.

Megapixel
Diferente dos sistemas ópticos, em que a imagem é contínua, nas câmeras digitais a foto é decomposta em milhões de pixels. Quanto mais megapixels, melhor a resolução. “Para fotógrafos eventuais, normalmente, 4 ou 5 megapixels são o ideal”, explica Roberto Sandrini, assistente de marketing da Canon da América Latina.
É consenso entre os especialistas que, para usuários amadores e em fotos de viagens familiares, a média seriam os sensores de no mínimo 3 megapixels (2.048 x 1.536) para conseguir fotografias reproduzíveis com dimensões de 18 x 24 centímetros. A maioria das câmeras mais populares atualmente se encontra no nível dos 5 megapixels (séries de 2.560 x 1.920 pixels no sensor) com o que é possível chegar a reproduções de boa qualidade de até 30 x 40 centímetros.
Atualmente, cerca de 90% das fotos tiradas digitalmente, segundo cálculo de Rozenblit, são impressas no tamanho de 10 centímetros por 15 centímetros. Logo, para fotos amadoras, câmeras de 3 megapixels, são suficientes, mas, com a evolução tecnológica, é possível encontrar máquinas com 5 megapixels por preços competitivos.
Caso o usuário pretenda empregar suas fotografias em pôsteres ou faixas, uma câmera de maior resolução é bem-vinda. Modelos de 8 megapixels podem produzir imagens de boa qualidade de até 70 centímetros por um metro.

Zoom
Com a resolução definida, é hora de se preocupar com outra característica necessária para os usuários domésticos: o zoom.
Quando for comprar uma máquina, você verá informações sobre o zoom óptico e o digital. Qual a diferença entre eles?
“O zoom óptico é uma consideração primária na hora da compra, já que não reduz a resolução da fotografia, como faz o digital”, aconselha Joe Guzman, diretor-assistente da Olympus América.
Na prática, o zoom óptico não prejudica a resolução e definição da imagem, pois usa lentes especiais antes de bater a fotografia. No digital, você pode perder qualidade.
“Se você tem uma câmera com 3 megapixels e usa o zoom digital de 3x, o arquivo final terá a resolução de uma fotografia tirada com uma câmera de 1 megapixel”, exemplifica o executivo da Olympus.
A dica é simples: considere o zoom óptico, se esse for um recurso importante para você.

Armazenamento
Os meios de armazenamento determinam o tamanho e desenho de qualquer câmera digital. Ficaram no passado as máquinas que guardavam a imagem em uma unidade de disquete ou floppy.
Alguns modelos menos compactos ainda têm certo respeito pelas unidades de CD e seguem oferecendo a opção de guardar as fotos neste tipo de meio, porém são os cartões removíveis de memória compacta os que dão as cartas.
Esses cartões se sustentam em uma tecnologia de memória flash capaz de reter a informação, inclusive quando são extraídas da câmera. A outra facilidade que oferecem é que os formatos em que são guardadas as imagens, em geral JPEG, podem ser vistos em outros equipamentos sem a necessidade de instalar um software adicional.

As versões disponíveis são muitas:
Compact Flash: têm o tamanho de uma caixa de fósforos e uma grossura de dois milímetros. Há os convencionais, Tipo I, e os Tipo II, que são em geral mais grossos por contarem com funções adicionais. Os conectores para cartões do Tipo II aceitam módulos do Tipo I e II, mas não o inverso.
Smart Media: trata-se de um suporte de plástico quadrado com os contatos integrados em uma lateral. Esta tecnologia está se tornando obsoleta.
Memory Stick: trata-se de uma tecnologia de propriedade da Sony, que foi licenciada também para outras empresas. Existem vários subtipos destas e capacidades variáveis de armazenamento.
Multimedia Card (MMC): do tamanho de um selo dos Correios, os cartões MMC estão tomando o lugar das Smart Media e Compact Flash nas câmeras mais recentes e nos assistentes pessoais digitais ou PDAs.
Secure Digital (SD): este tipo de cartão incorpora a codificação de dados e a possibilidade de armazenar música. Outra vantagem dos cartões SD é que contam com proteção de gravação, o que evitará apagar acidentalmente alguma foto. Também estão se desenvolvendo slots com a capacidade de ler tanto cartões MMC como SD.

Bateria
Na hora de selecionar uma opção de compra, é importante estimar quais serão as suas necessidades como usuário, porque, dependendo da natureza e do poder da bateria, assim será o rendimento de elementos chave como o zoom ou o visor de tela LCD.
Mas o mais importante é que hoje em dia quase todos os fabricantes oferecem um padrão recarregável.
Entre eles se encontram as câmeras que funcionam – e trazem baterias de Níquel-Cádmio ou Níquel-Metal Hidrato (que oferecem maior tempo de uso e são recarregáveis) – e as de baterias recarregáveis de íon de lítio (similares tecnologicamente às que usam os telefones celulares).
Estas últimas são consideradas pelos especialistas como a opção preferida. Se a câmera não traz nenhum desses tipos de baterias, a opção que nos resta é a das clássicas pilhas AA alcalinas não recarregáveis (e nada recomendáveis).
A autonomia das baterias disponíveis no mercado não se altera muito: em média, é possível bater até 400 fotografias usando o LCD. Sem o dispositivo, o número pode até dobrar.
Para tentar aumentar ainda mais a autonomia, fotodigit_selo02o usuário pode apelar para truques, como a regulagem mais baixa do flash e a diminuição no tempo de visualização das fotografias já batidas, além de evitar a visualização do LCD.