Porque decidiu vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os fregueses pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Zezinho, um ousado administrador formado em Economia e com MBA, decide que os caderninhos das dívidas da birosca constituem, afinal, um ativo recebível, tecnicamente mais rentável que outras aplicações e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo os pinguços como garantia. Para as agências de classificação de riscos esses papéis, o caderninho, possui um risco maior que é compensado pelos lucros mais vantajosos.
Executivos e palpiteiros das agências de risco lastreiam os tais recebíveis do banco e os transformam em CDB, RDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na bolsa, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (o tal caderninho da birosca do Zézinho).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nas bolsas de valorer e mercados financeiros de 73 países. Até alguém descobrir que os bêbados fregueses da birosca do Zezinho não têm dinheiro para pagar as contas e a birosca vai à falência.
Com isso o banco credor do Zezinho verifica que sem receber está quebrado. A seguradora do banco também quebra, as seis instituições que haviam comprados títulos do banco também quebram, todo mundo que tinha ações dos bancos e seguradoras tentam se livrar delas. Como todos querem vender as ações despencam e as bolsas também. Então todo mundo começa a sacar dinheiro das contas correntes para guardar em casa. Todo o sistema financeiro começa a implodir.
Para consertar essa m**** toda, o presidente convence o senado e o congresso a pegar o dinheiro que cidadãos honestos e trabalhadores pagaram em forma de impostos e compra as tais dívidas.
Foi isso que aconteceu…