Cientistas afirmam que disputas de pênaltis são injustas

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Tá aí um estudo que promete agitar os torcedores, dirigentes, comentaristas e analistas ao redor do mundo inteiro. Segundo cientistas da London School of Economics and Political Science, as cobranças de pênaltis no futebol dão uma vantagem psicológica à equipe que inicia a disputa das cobranças. Foram analisadas 2.820 cobranças em partidas nacionais e internacionais entre 1970 e 2000 e, surpreenda-se, as equipes que bateram primeiro venceram em 60% dos casos!


Wayne Rooney, do Manchester United, perde pênalti em jogo contra o Arsenal

“A maior parte das redes de televisão faz um intervalo publicitário no momento em que a moeda é lançada para decidir qual equipe cobrará primeiro. Mas nossos pesquisadores mostram que isso pode ser o momento decisivo após uma partida empatada”, explicou Ignacio Palacios-Huerta, um dos coautores do estudo, publicado pela “American Economic Review”.

“A moeda dá uma vantagem de 20% à equipe que cobra primeiro. A pressão psicológica ligada ao fato de cobrar depois afeta claramente o desempenho da equipe que perde no cara-ou-coroa”, acrescenta.

Palacios-Huerta e o outro coautor Jose Apesteguia, professor associado da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, também estudaram os vídeos de cara-ou-coroa de 20 partidas. Em todos os casos, à exceção de apenas uma, a equipe ganhadora opta por cobrar primeiro.

Eles também consultaram 240 jogadores e treinadores profissionais e amadores. Quase todos declararam que preferiam cobrar primeiro explicando que queriam aumentar a pressão sobre o adversário.

Levando-se em consideração os resultados, Palacios-Huerta, professor da LSE, sugere aos dirigentes do futebol mundial que mudem as regras atuais e adotem no lugar um sistema de ‘tie-break’ inspirado no tênis, no qual os jogadores podem cobrar duas vezes seguidas.

“Isso reduziria muito a vantagem psicológica que beneficia o ‘primeiro cobrador’, já que a segunda equipe não ficaria tão pressionada”, considera, acrescentando: “Não apenas seria mais justo, mas seria muito mais interessante para os torcedores neutros”.

Fonte: G1