E aí, criançada. Tudo supimpa?
Todo mundo já ouviu dizer que quem cala consente, né? Seguindo essa lógica, como vocês não comentaram nem positiva, nem negativamente sobre a coluna passada, cambada de desalmados hoje vou elucidar mais alguns mistérios da nossa língua: a origem de expressões e ditados populares e a mudança de sentido causada pela burrice alheia pelo não entendimento de alguns deles.
Quando criança, todo mundo aprende que “batatinha, quando nasce, se esparrama pelo chão“. Agora, 23 anos depois, descubro que não é bem assim. A frase é, na verdade, “batatinha, quando nasce, espalha rama pelo chão“. Falando rápido dá mesmo pra confundir, né? Sem contar que eu nunca vi uma plantação de batatas pra saber como é apesar de muita gente já ter me mandado ir plantá-las.
E aquela roupa nova que você comprou e, quando foi comentar com as amigas, não soube precisar de que cor ela era e disse apenas que era “cor de burro quando foge”? Saiba que você (e mais milhares de pessoas por aí) não está falando nada com nada. A frase real é “corro de burro quando foge”. Taí. Sempre fiquei pensando porque diabos o burro mudava de cor quando fugia. Hoje, descobri que não é nenhuma estratégia de camuflagem, é só um mal entendido básico mesmo.
Para não errar, muita gente prefere pedir informação exceto homens no trânsito, afinal, “quem tem boca vai a Roma“, certo? Errado. O certo mesmo era “quem tem boca vaia Roma“. Essa pelo menos é uma confusão justificável.
Quando nasce um bebê, os parentes babões ficam lá dizendo que ele tem os olhos do pai, a boca da mãe, o nariz do tataravô e por aí vai. Até que aparece um dizendo “é a cara do pai, cuspido e escarrado“. Que porcariada, meu santo Buda! O certo seria “é a cara do pai esculpida em Carrara” (Carrara é um tipo de mármore extraído da cidade de mesmo nome, na Itália).
Viu só? E você aí falando coisas nada a ver todos os dias, hein? Mais uma vez, a coluna Eureka! contribui para suas conversas de buteco com uma inestimável dose de cultura inútil.
Deleite-se, comente, mande sugestões senão eu quebro isso que você chama de cara.
Até a próxima!