01 – Antena
Muitos roteiristas esquecem que a antena pode ser embutida. Embora ter um celular com antena externa fosse corriqueiro há alguns anos, a inércia nas produções faz com que mesmo filmes modernos mostrem a típica cena em que o personagem puxa a antena antes de atender a ligação. Para exemplificar, pegue qualquer seriado ou filme “B” no qual a tecnologia não tenha um papel importante no roteiro: pode crer, a antena estará lá.
O santo, com Val Kilmer, é outro exemplo de filme em que celular é da Nokia
02 – Alta tecnologia é de uma empresa só
O “Product Placement” é uma técnica publicitária para introduzir produtos de uma determinada marca em um filme ou seriado. E assim como a maior parte dos computadores que aparecem no cinema é da Apple, a Nokia leva o prêmio na hora de colocar seus celulares nos filmes (nem tanto nas séries de TV). Assim, há diversas produções nas quais um celular da fabricante finlandesa ajuda o astro ou a estrela em situações complicadas. Como exemplos, podemos citar O Santo, com Val Kilmer e A ilha com Ewan MacGregor. Mas o melhor exemplo, sem dúvida, é Celular com Kim Basinger.
Assim como computadores em filmes, em geral, são da Apple, a Nokia é a premiada em termos de celular, e entre os exemplos está o filme Celular.
03- Celular de espião faz de tudo
Esqueça os smartphones. Se você quer um celular que faz de tudo, use o de um espião. Em filmes e seriados o celular se torna a ferramenta indispensável para receber informação de todo tipo a uma velocidade inacreditável, e você pode ver mapas detalhados na tela minúscula com toda nitidez, com gráficos tridimensionais que se movem como se o aparelho fosse equipado com um chip Pentium Dual Core, no mínimo.
Além disso, o celular de espião é capaz de ser rastreado imediatamente com uma precisão de metros, inclusive seguindo seus movimentos. E cuidado se estiver em uma situação perigosa na qual precise transmitir informação importante, já que nestes casos a cobertura costuma falhar bastante. Melhor exemplo? 24 horas, com Kiefer Shuterland.
Em 24 Horas, o celular do agente Jack Bauer faz “de um tudo”.
04- Quem precisa de repetidores?
Aparentemente, os criadores em Hollywood não têm bem claro como funcionam os telefones móveis. Com muita facilidade confundem um simples celular com o que deveria ser um poderoso telefone via satélite. Em alguns filmes, o personagem faz uma chamada e a cena é cortada para um espetacular plano de uma espécie de satélite de comunicações.
O melhor exemplo é Duro de Matar 4. No filme, todas as comunicações móveis são “apagadas” e celular Nokia 9300 Communicator pode se conectar também via satélite, sem antena parabólica para transmitir, apenas com seu sistema operacional. E em segundos.
Em Duro de Matar 4, um celular consegue se conectar também via satélite, sem antena parabólica, apenas via sistema operacional.
05- Cuidado: o governo escuta
Uma constante no cinema é que toda conversa por celular pode ser não apenas interceptada como decifrada e catalogada em tempo real por sistemas de processamento de sinal, detectando palavras concretas e tons de voz. E isso é falso? Em parte, sim. Ainda que as conversas via telefone móvel estejam razoavelmente bem protegidas no trânsito entre o terminal e o repetidor, quando chegam à central de telefonia que as gerencia podem ser interceptadas com uma codificação muito fácil de decifrar.
Então é possível que uma organização governamental monitore as conversas telefônicas? Totalmente possível. Seria incrivelmente caro e tão complexo quanto pouco confiável? Muito possível. Melhor exemplo: O ultimato Bourne, com Matt Damon
O ultimato Bourne, com Matt Damon, mostra conversas via celular que podem ser rastreadas, decifradas e catalogadas em tempo real.
06. Ouça-me!
No cinema, quando o personagem liga para alguém que está com o celular desligado, de imediato aparece a caixa postal de voz. Da mesma maneira, ao desligar ou cortar uma ligação, simplesmente se deixa de ouvir, fica tudo em silêncio.
Também acontece de um telefone móvel se transformar em um telefone fixo: quando a comunicação via celular é cortada surge o típico “tut, tut, tut” (barulho de linha fixa ocupada) que faz o espectador saber que, realmente, a ligação foi cortada. Melhor exemplo: Jogos Mortais, com Cary Elwes.
07. De verdade, sou eu
Outra constante nos filmes e seriados é transformar o telefone móvel em uma ferramenta de identificação pessoal à prova de qualquer tipo de engano. “Transfira cem milhões da minha conta na Suíça para esta outra. Claro que sou eu!” Nem se cogita que alguém possa estar usando o telefone. Uma simples chamada (normalmente feita a partir de um celular) serve para efetuar transações com toda a segurança. Melhor exemplo: Vidas em jogo, com Michael Douglas.
Vidas em jogo, com Michael Douglas, mostra como, no cinema, transações são feitas com a maior segurança via celular – sem nenhum tipo de verificação de identidade, por exemplo
08. Cobertura falha?
Outra das heranças da telefonia fixa nos roteiros em que aparece um telefone, móvel ou fixo, é o tema da cobertura e das linhas que nunca falham. Raramente vemos alguém que fala com um celular com pouca cobertura. O mais provável é que o personagem esteja falando e, de repente, a comunicação seja cortada. Não se ouvem ruídos entrecortados, nem com eco – como normalmente acontece. Mas é que, enfim, não vivemos em um filme.
Para dar o melhor exemplo, citaremos um filme que faz piada desta circunstância: Todo mundo em pânico 3. Nele, a cena famosa do telefonema (do filme O chamado) em que uma voz diz que quem tiver visto o vídeo morrerá em sete dias, se transforma em uma seqüência muito engraçada, quando a voz aterrorizante tenta dizer “você vai morrer em sete dias” mas a comunicação é truncada, entrecortada, e a ameaça simplesmente não é entendida pela personagem.
A cobertura excelente que os celulares sempre têm na tela e a perfeição com que as linha funciona, mesmo sendo fixa, são ironizadas em Todo mundo em pânico 3, quando uma ameaça mortal simplesmente não é entendida pela personagem, porque a ligação está muito ruim.
09- Quem é?
Não importa que seu celular tenha identificador de chamadas. Se você for um personagem de filme ou seriado, nunca olha para ver quem está ligando. Simplesmente, atende o telefone e com voz decidida diz seu nome. Não importa se é a sua mãe ou o diretor da CIA. E se você sempre olha para ver quem está ligando, e não aparece o número, é ruim: quer dizer que você, com certeza, é uma vítima. Melhor exemplo: Arquivo X, com David Duchovny.
Se você é um protagonista de um filme, nunca olha o identificador de chamadas do celular para vem quem está ligando, simplesmente atende e sai falando, como em Arquivo X.
10- A inutilidade da agenda
Se prestarmos atenção, veremos que todo personagem, de cinema ou seriado, que usa um celular, apertará três ou quatro botões para fazer uma chamada (em lugar dos oito dígitos). Ou então terá o número marcado para discagem rápida, pois apenas abrirá o telefone e já sairá falando. A agenda existe, então, apenas para identificar alguém ou para saber quem ligou.
Um protagonista nunca vai procurar um nome na agenda para ligar, pois ou sabe o número de cor ou está designado em uma tecla específica. E isso, mesmo que o personagem use um celular que não é o seu. Melhor exemplo: CSI Las Vegas
Para discar, bastam três ou quatro números (e não os oito habituais) e o protagonista nunca usa a agenda, mesmo que o celular não seja seu. O exemplo é CSI Las Vegas