Para os que estudaram, tudo fica mais fácil. Pelo menos a matéria já é conhecida. Já para os que não estudaram, só resta o chute (se a prova for objetiva). Se a prova for discursiva, melhor nem gastar dinheiro pagando as (altas!) taxas de inscrição.
Este post é destinado àqueles que não deram a mínima durante o ano todo, e ainda assim acham que merecem passar numa universidade pública. Eu faço uma lista de atitudes que podem ajudar a eliminar o candidato oponente de modo que ele ou ela não tenha chance de responder as questões.
As dicas também servem para os CDFs que se mataram o ano inteiro em meio aos livros e apostilas, mas ainda não tem certeza de como será o resultados das provas.
1. Desestabilize o candidato
Durante as aulas do cursinho (ou colégio mesmo), faça muitas perguntas. Perguntas complexas e às vezes sem nexo, para que o professor se embaralhe na hora de respondê-las. Se o professor tem dificuldade em formular respostas, é bem provável que seus pupilos também tenham.
2. Empreste seu material
Quanto mais anotações seus fichários, cadernos, apostilas e leitura complementar tiverem, melhor. Como cada pessoa tem uma forma única de estruturar suas idéias e projetá-las em forma de notas, muito provavelmente a pessoa que pegar o material emprestado não entenderá nada. Ou achará que entendeu, mas na hora da prova vai perceber que faltaram detalhes que só ela mesma poderia ter absorvido.
3. Dê mole
Essa vai em especial para as meninas. Com todo o foco voltado para os estudos, é natural que os hormônios fiquem mais suscetíveis a certos “estímulos”. Dar só um gostinho dos prazeres carnais que tem a oferecer pode causar no candidato oponente alucinações sobre como seria bom ter um contato maior entre os dois. O marmanjo pode perder a noção de tempo e espaço e esquecer que estudar é necessário.
4. Espalhe boatos
É simples espalhar boatos sobre as provas através da internet. Por exemplo: divulgar que as inscrições terminaram quando na verdade elas foram prorrogadas. Quando o oponente receber a notícia de que corre o risco de não fazer a tão desejada (e temida) prova, um desespero avassalador poderá se instalar nesta pobre pessoa. Prefere-se que o oponente entre em depressão, visto que potenciais suicidas normalmente não estudam.
5. Toque terror no dia da prova
Se nenhuma das dicas anteriores surtir efeito, é hora de apelar para as técnicas ninja em dia da prova. Neste dia as pessoas estão tão nervosas que qualquer atitude mínima pode desconcentrá-las. Faça sons irritantes, como tossir, se engasgar, batucar com a caneta na folha de papel, não parar de bater com os pés no chão ou (se tiver muita, muita coragem) assobiar.
Deixe a borracha cair no chão, bem distante, e vá buscá-la. A maioria dos candidatos pára e acompanha o trajeto, enquanto que o tempo está passando. Se quiser, ainda pode tropeçar na carteira de alguém. Quanto maior o drama, mais tempo as pessoas perderão assistindo à cena.
Outra forma de tentar impedir o candidato oponente de fazer a prova é liberando gases não tão “estufa”, se é que me entendem. Nessas horas uma feijoada com repolho e ovos na janta anterior ajuda a intensificar a potência da arma. Só não vá liberar sólidos (ou quase isso) durante o ato terrorista.
6. Último e fatal: a batata do desespero
Se nem mesmo uma orquestra tocando a Nona de Beethoven no meio da sala perturba a concentração dos outros candidatos, abra aquela saca de três quilos (!) de batata Ruffles e comece a devora-las. Crac, crac, crac… Os candidatos oponentes vão odiar aquele barulho de alimento sendo mastigada sem poder mastigar também. Pringles também vale, mas o custo-benefício será maior.
Só não vá levar o texto a sério. Ele é apenas uma forma de descontrair frente a um desafio tão grande quanto é o vestibular. Se quiser ler um pouco mais sobre a guerra que é ser admitido em uma faculdade (ou “vietbular”), leia este post produzido por um professor.
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Fonte: Memórias Fracas