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Quando Bram Stoker escreveu a novela Drácula, em 1896, a medicina começava a experimentar com as tranfusões de sangue. Ao introduzir no corpo de um ferido sangue de outra pessoa, às vezes o doente melhorava espetacularmente; outras morria de forma igualmente rápida; este fenômeno foi, durante muito tempo, inexplicável até que descobriram os grupos sanguíneos em 1900.
Nem Bram Stoker, nem sua criatura, portanto, podiam saber nada do tema. Daí que quando Drácula começa a morder e beber o sangue de sua primeira vítima em Londres, Lucy, o doutor Van Helsing cure à moça com a inovadora técnica das transfusões, tendo como doadores nem mais nem menos que quatro homens diferentes. Na vida real, isto teria matado à pobre Lucy bem mais rápido que as mordidas de nosso insaciável morcegão, a não ser que ela fosse do mesmo grupo sanguíneo dos vampiros, o “AB” positivo ou o receptor universal, ou entã que todos seus doadores fossem “O” negativo ou doador universal.
Por que? Pois porque o que se conhece como grupos sanguíneos “A” e “B” são duas proteínas que às vezes são encontradas no sangue. Quem tem uma delas é “A”, quem tem a outra é “B”, quem tem as duas “AB”, e quem não tem nenhuma das duas, “O”. Ademais existe uma terceira proteína que é o fator Rh, se está presente é “Rh+”, se não “Rh-“.
Se um indivíduo não tem uma dessas proteínas e a recebe via transfusão, seu corpo reagirá contra esse elemento estranho. Portanto, um “O” só pode receber sangue de outros “O”, um A pode receber de outro “A” ou de um “O”, e um “AB”, como tem de tudo, pode receber de qualquer um. Quem for “Rh-“ pode doar para qualquer um, mas só pode receber sangue de outros “Rh-“. Portanto os vampiros, ou bem são “AB”, ou só procuram pescocinhos com o precioso “O-“.
Infelizmente estou na condição de alimento natural de vampiro. E você, é receptor ou doador?
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Fonte: MDig
